Ontem ouvi originalmente  o discurso de José Sócrates na Antena 1. Os comentários eram do  entusiasmado Carlos Magno, que ao fim de 30 segundos, interrompeu a  narrativa do Secretário-Geral do PS para dizer: “ele vai afirma tudo, ele vai afirmar tudo”.  O discurso continuou e, no final, Magno apelidou o discurso de Sócrates  com os mais elogiosos adjectivos, terminando com a frase: “é um discurso só comparável ao de Obama contra Hillary Clinton”.  Nesse instante, e de forma espontânea, ouve-se em fundo na emissão uma  gargalhada sincera de uma mulher. Não sei sequer se a gargalhada não  identificada era de alguém que ouvia Magno ou simplesmente alguém que se  ria de qualquer outro facto. A verdade é que aquela gargalhada  proporcionou um dos momentos mais caricatos de rádio a que assisti.  Caricato porque definiu a absoluta esquizofrenia de quem continua no  clubismo de Sócrates a suportar uma realidade virtual em que o País não  vive, mas em que o Primeiro-Ministro é José Sócrates. Mas caricato  também porque naquela gargalhada mora parte do absurdo que continua a  ser a comunicação social, suportada há anos em comentadores cuja  aderência à realidade é nula e cujo interesse se sobrepõe à razão. Logo a  seguir à gargalhada que ilustrou a entusiasmada afirmação de Magno,  recuei até um passado distante: 1994. Nesse ano, fui assistir ao Estádio  da Luz a um Benfica-Porto que decidia o campeonato. O Benfica ganhou e  sagrou-se campeão. Enquanto regressava ao Porto, de carro, escutava a  TSF, onde Carlos Magno fazia comentários. E qual foi então o comentário  de Magno a esse resultado? (nunca o esquecerei): “Esta vitória  do Benfica corresponde a uma crescente perda de importância dos  industriais do Norte e, como tal, seguir-se-á um longo período de  domínio do Benfica no futebol Português”.
Depois de 1994, o Benfica apenas voltou a ser campeão, em 2005, onze anos depois do comentário de Carlos Magno. Espero que as sábias declarações do comentador mantenham a qualidade que então evidenciavam e que a sua capacidade premonitória faça com que nos livremos dos socialistas pelo menos durante uma década inteira.
Depois de 1994, o Benfica apenas voltou a ser campeão, em 2005, onze anos depois do comentário de Carlos Magno. Espero que as sábias declarações do comentador mantenham a qualidade que então evidenciavam e que a sua capacidade premonitória faça com que nos livremos dos socialistas pelo menos durante uma década inteira.
 
 
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