domingo, 10 de abril de 2011

Um congresso pornográfico que ofendeu (esqueceu) o País

O Congresso do PS está a terminar. Vi de tudo. Vi o show. E li sobre o assunto. Nos jornais, na internet, nos blogs, no facebook e no twitter. O que fica então deste congresso? O “abraço”. Os “abraços”. A “solidariedade”. A união. Mas, a quem foi dado esse abraço, a quem foi prestada a solidariedade? Com quem esteve unido o PS? Consigo próprio. Com Sócrates. Como o “nosso” (deles) Secretário-geral. Com o “nosso” (deles) líder!
No momento mais triste da história de Portugal das últimas três décadas. No momento em que o País se apercebe que nos espera (ainda mais) desemprego, desgraça, sacrifício e até fome, o partido do Governo (ainda), dedica-se ao “abraço” interno, à festa. Uma festa que chegou a roçar a pornografia política, quando assistiu ao “choro” de Sócrates. Um líder que nunca se emocionou com a pobreza, com a forma como as próximas gerações foram hipotecadas durante a sua governação e que nunca deixou cair uma lágrima pelos desempregados, pelas crianças sem pão, pelos 600 mil desempegados, pela degradação da Justiça que não julga, pela divisão na educação que não educa e pela perda de autonomia de um país que já nem isso é de forma inteira.
Sócrates – o que friamente estudou com o “Luís” qual o seu melhor perfil enquanto os portugueses choravam com a eminência do seu anúncio de bancarrota – chorou agora sorridente e feliz ao ver a história do seu partido, a história dos seus amigos. E que amigos que ele tem. E que imagem arrepiante, voltar a ver as figuras de Constâncio, Guterres, Ferro Rodrigues… As lágrimas choradas pelo “líder” podem ter parecido aos socialistas, ali sentados na Exponor, uma esperança de vitória nas próximas eleições. Uma esperança de poderem ser eles, ainda, a lamber da mesma gamela que o “líder” amigo lhes der depois de 5 de Junho – que emoção! Contudo, aos portugueses, asfixiados pelo voraz apetite da clientela socialista, as lágrimas de Sócrates foram, talvez, a maior das ofensas de uma era que está quase a terminar.
Sócrates pode ter tido um grande congresso masturbatório e ter achado emocionante ainda haver quem lhe bata palmas, mesmo que o faça apenas em troco de um lugar – já amanhã – no Parlamento ou numa Câmara Municipal. Mas o país – completamente esquecido neste Congresso sem programa e sem ideias, enojou-se com um show televisivo indecoroso e pornográfico a que faltou o mais elementar respeito por quem está a passar mal: os portugueses.

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