sexta-feira, 21 de março de 2014

João Sem Vinho - Wine Business Coach: Escolha dos Enólogos 2011

João Sem Vinho - Wine Business Coach: Escolha dos Enólogos 2011: A  #selfie  do momento!!! São Miguel - Escolha dos Enólogos 2011 Casa Alexandre Relvas - Herdade São Miguel JOÃO SEM VINHO  o seu wine co...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma tentativa de Valentim

Em Gondomar, o candidato autárquico do Partido Socialista promete 1.000 empregos por ano (!) numa atitude muito Sócrates. Aliás, se o Major ficou justa ou injustamente conhecido por ter dado electrodomésticos, dar empregos consegue ser bem pior, não pela dimensão caciquista da coisa, mas sobretudo por prometer o que não tem para dar. E nisso, o Major era o "maior". Como ele dizia: "não prometo, faço"!

terça-feira, 26 de março de 2013

SÓCRATES, VALENTIM LOUREIRO, A RTP E O PROVEDOR DO TELESPECTADOR DA RTP - COMPARAÇÕES

Quando Valentim Loureiro se candidatou à Câmara Municipal de Gondomar como independente e foi acusado no processo Apito Dourado foi por duas vezes em três anos entrevistado pela RTP. As entrevistas foram conduzidas por Judite de Sousa. A segunda foi particularmente dura, quando a jornalista bombardeou o Major com perguntas complicadas e ilustradas pela teatralização de escutas telefónicas e as mais diversas acusações. Valentim Loureiro era, nessa altura, alvo fácil da imprensa, que dele fazia um dos seus principais personagens diários, quase sempre sem contraditório, já que o Major estava obrigado por Lei a não se defender, sob pena de violar o segredo de Justiça que, contudo, era diariamente violado contra si.
A ida do Major por uma hora à televisão pública não foi, contudo, pacífica. Ainda antes da segunda entrevista (espaçada mais de dois anos da primeira), já nos jornais a própria provedoria do telespectador da RTP fazia saber das queixas de quem achava que o Major não tinha direito a defender-se na televisão pública. Foram inúmeros os comentários de quem assinalou uma "vantagem" ao Major de se poder justificar perante as câmaras quando a maioria dos portugueses não o poderia fazer. Depois da segunda entrevista, Paquete de Oliveira dedicou o programa "A Voz do Cidadão" ao tema, baseando-se em “dezenas de queixas”.
O Provedor do Telespectador assinalou a vantagem que o cidadão Valentim Loureiro teve sobre outros cidadãos no acesso à comunicação social. O programa “A Voz do Cidadão” foi particularmente infeliz e chegou a ser quase vexatório, uma vez que Paquete de Oliveira não se limitou à análise da situação, como manda a Lei que legitima a sua existência, mas recuperou imagens que nada tinham a ver com o programa, com vista a denegrir a imagem do autarca. Nesse programa Paquete de Oliveira ouviu várias pessoas, todas contra a emissão do programa, nunca tendo procurado saber da opinião do próprio Major ou de pessoas próximas e com opinião diversa e nem tão pouco procurou junto da Direção de Informação da RTP ou da jornalista em causa qualquer justificação ou contraditório.
Após a emissão do episódio de “A Voz do Cidadão”, Valentim Loureiro apresentou queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, contra o referido programa (http://www.publico.pt/media/noticia/valentim-loureiro-queixase-a-erc-por-comentarios-do-provedor-da-rtp-1291633 ). A própria jornalista, Judite de Sousa, terá apresentado também queixa, por não ter sido ouvida e não ter tido o direito ao contraditório.
A ERC demorou meses a analisar e deliberou que nada iria deliberar, alegadamente porque o programa “A Voz do Cidadão” não está sujeito ao escrutínio nem da direção de programas nem da direção de informação da RTP, pelo que a sua emissão não é, no fundo, uma emissão na Comunicação Social e, logo, a ERC não poderia deliberar, arquivando, sem mais. Ainda disse a ERC que o queixoso poderia ter usado do direito de resposta (cujo prazo entretanto se tinha esgotado), o que em si é uma contradição, uma vez que tal preceito se aplica apenas a órgãos de comunicação social e a REC acabava de considerar o programa fora desse âmbito.
A deliberação pode ser consultado aqui, para quem não acreditar:http://www.erc.pt/documentos/Deliberacao4-DF-TV2007.pdf
Ficamos pois a saber que há em Portugal uma pessoa que pode, sem escrutínio ou regulação, dizer o que quiser em antena, na TV Pública, todas as semanas, o que nem com o Presidente da República acontece. E ficámos a saber também que, para o Provedor do Telespectador da RTP e para toda a gente que ele então ouviu (alguns são notáveis), Valentim Loureiro não tinha o direito a ir à TV defender-se de dois ou três anos de ataques, acusações, notícias infundadas e muitas fugas de segredo de justiça que ocuparam centenas de horas televisivas e milhares de páginas nos jornais.
Mesmo com o contraditório de escutas telefónicas e de uma jornalista inquiridora e dura, o Major não tinha o direito à sua defesa, uma vez ou duas em três anos, apurou o Provedor do Telespectador Paquete de Oliveira. E mais: Valentim Loureiro não tinha e não teve o direito de ver a ERC analisar um programa que, sem contraditório e sem regras, o procurou enxovalhar.
Curioso estou agora eu para saber se algumas das pessoas que então opinaram no programa, nos blogs, na ERC e na própria comunicação social sobre o assunto – a desfavor de Valentim Loureiro – têm agora alguma opinião sobre o que se vai começar a passar com Sócrates a partir de amanhã. A começar por Paquete de Oliveira.

sábado, 23 de março de 2013

Quem matou as fichas técnicas?

Não sei se sou só eu a reparar, mas ultimamente as fichas técnicas começaram a ser uma espécie rara nos órgãos de comunicação social. São raras ou quase inexistentes nos portais de notícias, são inexistentes nos sites de TV's Online, passam a correr nas TV’s tradicionais e, mesmo nos jornais em papel, onde são obrigatórias, estão reduzidas ao ínfimo e remetidas para a mais escondida das páginas. A informação - o jornalismo, portanto - é um trabalho de profissionais e a sua qualidade depende da arte e profissionalismo de pessoas. Escondê-las, seja por vergonha de serem cada vez menos, não terem carteira profissional ou formação; seja por serem os mesmos que se usam noutro meio do mesmo grupo ou seja porque, pura e simplesmente, não existem e as notícias caem do céu, não é apenas um sinal dos tempos, é também um muito mau sinal.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Consultadoria ao Chipre, precisa-se

Lá em Chipre podiam pedir ao PS, BE e PCP portugueses para darem uma ajuda. Eles sabem como evitar a bancarrota sem cortar em nada e ainda subir o ordenado mínimo.

A "AUTO" DESTRUIÇÃO DO PS DE GONDOMAR


O PS de Gondomar espalhou 37 outdoors (ena tanta guita a 7 meses das eleições) com um “teaser”. Como se vendesse lixívia o jovem candidato socialista queria que ninguém soubesse que os outdoors eram dele. Sem assinatura do partido, diziam apenas “Queremos +”. Só que a "chico espertice" não bafeja todos da mesma maneira no PS e um dos cartazes caiu em cima de um carro numa rotunda, levando o candidato a ter que assumir a “campanha mistério” quando os jornalistas acorreram ao local. É caso para se dizer que se noutros concelhos e mesmo no país o PS entrou num processo auto-destrutivo, em Gondomar o termo foi levado a peito. É que o “teaser” do jovem candidato não apenas lhe caiu em cima, como provocou, efetivamente, uma “AUTO destruição”, pelo menos é assim que o pobre do condutor deve ter visto (e sentido) a coisa!

quarta-feira, 20 de março de 2013

De quem é a culpa do desemprego?


Desde 2000 que a taxa de desemprego sobe consistentemente. Os principais disparos deram-se após os Governos de Guterres e de Sócrates. Sabe-se que o desemprego funciona como uma bomba relógio para a economia e por causa da economia. Não podendo um Governo decretar 150 mil postos de trabalho (como prometeu Sócrates), a taxa de empregabilidade varia em função e como consequência ao retardador de políticas estruturais.


No seu último programa, Medina Carreia exibiu um gráfico, que demonstra que os setores industrial e agrícola em Portugal significavam qualquer coisa como 50% do PIB português quando Cavaco Silva era Primeiro-Ministro. Hoje, são cerca de 20%.

A questão do desemprego é grave? É! Resolve-se por decreto, como prometeu Sócrates? Não!
O atual pico de desemprego é consequência das políticas do último ano e meio quando olhamos para o gráfico que sobe há 13 anos consecutivos e sabemos que o setor produtivo foi, entretanto, destruído por políticas nacionais e europeias com décadas?

Junto este gráfico com o desemprego comparado nos quatro países da chamada Europa do Sul desde 2000. Dois estão intervencionados e dois outros não. Não fosse trágico e apeteceria dizer que nem estamos muito mal. Note-se que a Itália, única dos quatro que tem um verdadeiro setor industrial pujante, é o quem está melhor.

terça-feira, 19 de março de 2013

Eu não concordo com o confisco do Chipre. Mas sou um "fdp" de um neoliberal. E você?

Eu não concordo com o imposto aplicado aos depósitos bancários no Chipre. Não concordo por dois motivos, por razões práticas e porque sou "fdp" de um liberal adepto do capitalismo. Ou seja, eu prezo a propriedade e o direito à propriedade.

A questão prática é psicológica.

Como é evidente, esta medida, nesta altura, veio provocar uma enorme desconfiança em relação ao Euro. E a economia e os sistemas capitalistas vivem muito disso. Como liberal e defensor do capitalismo - face ao socialismo dogmático que agora parece ter muitos adeptos entre os capitalistas em Portugal (de novo) - tenho muitas dúvidas que uma medida como esta tenha efeitos positivos sobre a economia real e signifique um real ajustamento da economia cipriota. Trata-se, assim, de uma medida destinada apenas a arrecadar uma receita às custas do mérito de alguns. Como liberal, sou de opinião que não serve o argumento de que o Chipre servia como entreposto para lavagem de dinheiro. Se assim é, investiguem, castiguem, regulem melhor. Deve ser esse o papel dos Estados e da própria União Europeia.

Eu sou contra, portanto, que se taxe a riqueza como medida estrutural e reguladora porque, como liberal e defensor do capitalismo e como europeísta, penso que se perde mais do que pontualmente se pode ganhar.

Mas isso sou eu, um "fdp" de um liberal. O que me admira é que essa nova “esquerda” anti-neoliberal que para aí anda a dizer que por cá não se corta nas grandes fortunas e em quem mais tem, que não se corta no capital e no sistema bancário, essa mesma esquerda que chega a defender o regresso ao escudo, não concorde com esta medida cipriota, quase comunista e socialmente socialista. Afinal, os pobres não têm poupanças!

Que fique claro: essa esquerda que chega a defender o regresso ao escudo está a defender que, de um dia para o outro, todas as poupanças que os portugueses têm nos bancos portugueses sejam desvalorizadas em cerca de 80%. Além disso, o próprio valor dos vencimentos seria alvo da mesma desvalorização. Cresceriam certamente as exportações. Mas as nossas importações tornar-se-iam caríssimas. Um telemóvel custaria 8 vezes mais, assim como um automóvel ou um litro de gasolina. O consumo interno cairia, bem como a receita fiscal e a competitividade da economia portuguesa bateria no fundo, em décadas, devido à debilidade do nosso sistema produtivo. Muito pior do que agora, portanto. Uma desvalorização das poupanças, brutalmente maior do que no Chipre.

Eu sou contra a saída do Euro. Sou contra a renegociação da dívida. Sou contra a taxação exagerada do capital. Sou contra o confisco de depósitos no Chipre. Eu sou contra medidas socialistas e quase comunistas como esta.

Mas sejamos claros: o que aconteceu no Chipre é aquilo que muita gente tem andado a defender em Portugal, recordando com saudade os tempos em que podíamos usar a desvalorização cambial para ganhar competitividade.


Os que cá defendem isso em oposição ao que chamam neoliberalismo não podem estar contra esta medida tomada no Chipre. Porque desvalorizar o escudo 10%, como antes se fazia com a política cambial, era exactamente a mesma coisa que retirar 10% aos depósitos dos portugueses, ao seu vencimento, ao seu valor.

Eu não tenho saudades disso, mas sou um "fdp" de um neoliberal.

sábado, 16 de março de 2013

A EVIDENTE QUEDA DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO EM 2013


Benfica e Porto travam uma luta a dois pela liderança do campeonato. É lugar-comum dizer que as equipas de Jorge Jesus caem por exaustão algures entre Fevereiro e Março. Estranhamente tem-
se este ano criticado o facto de Jorge Jesus estar a fazer rodar muito mais do que o normal o seu plantel, enquanto no Porto ninguém parece estranhar muito o curtíssimo plantel (pelo menos com qualidade mínima) que os campeões evidenciam. A derrota em Málaga deixou a nu essa realidade que, em boa verdade, já se vinha notando, numa equipa que vive muito da presença de algumas peças chave para as quais não tem substitutos. Por muito que elogiemos Jackson, a verdade é que não há no banco alguém capaz de um render e, mesmo com ele, o Porto não é aquela equipa concretizadora que já foi noutros tempos. Mas vejamos a verdade dos números de 2013. Este ano o Porto fez 14 jogos, contra 19 do Benfica.
Ou seja, nos primeiros 75 dias do ano, o Benfica não teve em média sequer quatro dias entre jogos (3,9 dias entre jogos). Já o Porto teve 5,3 dias entre cada jogo, quase um dia e meio a mais. Nesse período, o Benfica venceu 16 jogos, contra apenas 10 do Futebol Clube do Porto, empatou os mesmos três mas não perdeu nenhum, o que aconteceu ao Porto. Quanto a golos marcados e sofridos, o Benfica concretizou por 46 vezes, contra apenas 27 dos portistas (19 golos de diferença). O Porto leva vantagem em golos sofridos (apenas 7) contra 11 do Benfica. Contudo, a média de golos sofridos por Porto e Benfica no mesmo período não é muito diferente (0,6 contra 0,5). Já nos golos marcados, o Benfica leva a impressionante média de 2,4 golos por jogo e o Porto apenas 1,3. Se apertarmos a malha, esta superioridade do Benfica é tanto maior quanto nos aproximamos da data de hoje. Ou seja, se pensarmos apenas em Março, por exemplo, veremos que o Porto conta uma vitória, uma derrota e um empate nos três jogos disputados e 3 golos marcados e outros tantos sofridos, o que duplica a média de golos sofridos para o Porto e baixa radicalmente a de golos marcados. Já o Benfica, em Março, apesar de um calendário de quatro jogos, venceu-os todos, tendo marcado 10 golos (mais sete que o Porto) e sofrido apenas dois (menos um do que o Porto).
Perante estes números – não bastasse o que se vai vendo em campo – fica clara a evidente e crescente diferença de forma entre as duas equipas e a incapacidade notória que o Porto tem tido em gerir o esforço do seu plantel em função de um calendário bem mais favorável e com muito menos pressão do que o do Benfica. Todos os indicadores (golos marcados, sofridos, rácio de vitória e pontual) têm vindo a cair para o Futebol Clube do Porto. Já quanto o Benfica tem conseguido não apenas manter o ritmo mas melhorar o único aspeto em que, em termos estatísticos, perdia para o Futebol Clube do Porto (a defesa). Se virmos atentamente, antes do jogo com o Bordéus o Benfica sofreu apenas um golo em oito jogos e mesmo os dois sofridos em França colocam o Benfica com tantos golos sofridos nos últimos nove jogos como o Porto em três.
Não sei quem será campeão, mas estes números só podem ter uma leitura: um Porto em clara queda e um Benfica a fazer aquilo que não conseguiu fazer nos últimos anos nesta altura da época. A única coisa que peço é que, da próxima vez que falarem de “gestão de plantel” e se caia na idiotice de criticar Jorge Jesus por esse motivo, se olhe para estes números, se medite um pouco e se vá pedir responsabilidades a Vítor Pereira e, já agora, à direção do Futebol Clube do Porto por não ter sabido construir um plantel capaz para esta temporada.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Antes um PSD a prazo do que um PREC eterno

Na semana seguinte à “grande” manifestação, onde se confundiram milhares com milhões, o PSD desatou a subir nas sondagens de intenção de voto e só já está a 3% do PS. PSD e CDS terão mais do que o PS nesta altura, sendo o PSD o único partido em subida o que, antes de mais, retira aos que quiseram açambarcar politicamente “a rua” o direito a continuarem a colocar em causa a “legitimidade do Governo”.
No twitter alguém dizia há pouco sobre as sondagens: “o PS deve estar a fazer algo de muito errado”. Respondi que “talvez o PSD também esteja a fazer qualquer coisa certa”. Mas não obtive acordo dos compinchas tuiteiros, sobretudo dos cães de guarda do pensamento único e correto das redes sociais.
Sendo, assim, verdade que PSD e PS só fazem asneiras e admitindo que a teoria do “que se lixe a troika” estava a ganhar adeptos que se materializaram “na rua”, então BE e PCP deveriam estar nos píncaros da intensão de voto nas sondagens e até na liderança, como aconteceu, por exemplo, na Grécia. Surpresa? Isso não acontece! BE e PCP, juntos, continuam a estar longe, muito longe, de qualquer dos partidos do chamado “arco do poder”. Sendo assim, peço licença para considerar, por extrapolação legítima, que BE e PCP estejam também a fazer tudo errado, por ventura, ainda mais errado do que PS e PSD – esqueçamos o CDS que quer ser esquecido. Ou seja, todo o sistema político português está errado. Todos os políticos são maus, conclusão científica lógica.
E, aqui, chegámos à mensagem que essa “revoluçãozita” que anda por aí quer passar: que nada presta no sistema político, que não temos políticos à altura e, dedução lógica, que nada presta neste povo, incapaz de se organizar politicamente e incapaz de escolher… estúpido!
Meus amigos: sempre que as “revoluções” foram por aí, dando à rua mais legitimidade do que ao voto e dando-se a si próprias a intelectualidade que recusam poder ter o povo, quiseram no momento contíguo instalar um PREC. Um PREC que desejam eterno, não vá o povo – estúpido – votar errado de novo. É por isso que ainda hoje a “revolução” continua em Cuba e é por isso que por lá, um cubano não pode comer carne de vaca nem ter água quente.
E é por isso que, assim, em nome das amplas liberdades, do anti-capitalismo, do anti-banqueirismo, do anti-liberalismo, do “que se lixe a troika” se pretende legitimar, sine die, a “suspensão da democracia”.
Perdoem-me a opinião dissonante da cartilha atual da nova Meca chamada “Facebook”, mas eu prefiro um povo a escolher mal e um PSD a fazer tudo errado… “algumas coisas erradas”, digo eu.


sábado, 9 de março de 2013

O doente e o remédio

Portugal era um doente em paragem cardíaca. Se não lhe acudissem com um desfibrilhador tinha morrido. É verdade que também tinha diabetes e estava magro devido à vida desregrada que levava há anos, em particular nos últimos onde andou de festa em festa.

O plano do Governo foi: primeiro dar o choque, depois procurar estabilizar as funções vitais, deixando para depois o tratamento da diabetes e engordar o paciente.

O plano defendido pelo PS era: engordar o paciente, tratar a diabetes, fazer uma operação plástica e não reparar que estava em paragem cardíaca.

O plano defendido pelo PCP é: não comparecer à sessão de ressuscitação, dar chocolate ao doente e proibir ver televisão.

A opção do BE sempre foi: esquecer as doenças todas e dar ganza da boa ao doente. Insultá-lo se o doente tiver uma ideia diferente.

Esta é a verdadeira situação política em Portugal. O desfibrilhador funcionou, a receita também, por ventura deram algum remédio a mais, mas era o remédio certo. Ainda não se atacou o problema da diabetes, mas há um plano, e não se pensou ainda como se vai engordar o doente quando estiver bom do resto, e já devia.

Mas a verdade é que há vida e sem vida nunca haveria esperança.
Querer imputar aos efeitos colaterais do tratamento que lhe salvou a vida, o problema cardíaco com que se começou é, no mínimo, pouco sério. Não perceber que as opções do PS, do PCP e do BE não podiam ter sido aplicadas porque o doente já estaria morto é estupidez.

segunda-feira, 4 de março de 2013

A mentira colossal

A nossa perceção sobre as coisas é importante. Mas é muitas vezes enganadora. Não fosse assim e dispensaríamos a matemática. E a matemática é uma ciência exata, não deixando margem a interpretação.

Ainda assim, no caso da manifestação de sábado, a perceção de quem visita um estádio de futebol ou um concerto rock, onde sabemos com precisão quantas pessoas lá estão, deveria dar-nos um indicador forte da quantidade de pessoas que ontem se possa ter manifestado, realmente, em Lisboa e no Porto. Mas à falta desse senso comum, vamos à matemática.

Todos sabemos o que é um metro quadrado. É um quadrado com mais ou menos um passo de adulto de lado. Imaginemos, pois, um quadrado com um passo de lado. Façamos agora o exercício sobre quantas pessoas, de pé, caberão nesse espaço. Facilmente concluiremos que não poderão lá estar mais do que três, muito apertadas, encostadas umas às outras. É esse o valor médio que normalmente é atribuído a uma multidão junto de um palco num espetáculo nas primeiras filas e assim se calcula a capacidade de um pavilhão, por exemplo.

Mais longe do palco, contudo, o valor médio diminui para duas pessoas por metro quadrado (mesmo assim a tocarem-se), sendo normalmente de uma pessoa por metro quadrado nas zonas mais afastadas do palco, mesmo num pavilhão completamente cheio. Assim, os organizadores de eventos consideram normalmente uma média de duas pessoas por metro quadrado.

É um facto matemático que o Terreiro do Paço tem no limite 36.100 metros quadrados, decorrentes dos 190 metros de ponta a ponta. Ou seja, o Terreiro do Paço terá uma capacidade máxima (completamente cheio) de cerca de 72 mil pessoas. Para que isso acontecesse, teria que não se ver o solo numa imagem aérea e haveria, certamente, pessoas penduradas em estátuas e outro mobiliário urbano. As entradas e saídas seriam muito complicadas e demorariam horas.

O Rossio tem cerca de seis mil metros quadrados. Ou seja, Terreiro do Paço e Rossio complemente cheios dariam um valor limite de cerca de 84 mil pessoas, sendo que se a multidão estiver em movimento, uma pessoa por metro quadrado quase torna impossível a marcha, pelo que estamos claramente a exagerar nos números.
Empolar estes resultados (se essa situação de lotação tivesse ocorrido e não ocorreu) em mais 20% e chegar aos 100 mil seria portanto um grande exagero que nenhum matemático poderia aceitar, mas compreender-se-ia face ao argumento de que uns chegavam enquanto outros partiam.

Agora imaginemos do que estamos a falar se um milhão de pessoas se manifestasse em Lisboa!!!
É bom lembrar que Lisboa tem menos do que 600 mil habitantes.

A avenida dos Aliados, no Porto, tem cerca de 23 mil metros quadrados. O que, no limite, com pessoas penduradas nas estátuas e em cima dos canteiros, admite 46 mil pessoas. Agora imaginemos que lá queremos meter dez vezes mais, sem que ninguém tivesse pisado uma flor, como hoje se pode verificar no local.
É bom lembrar que o Porto tem menos de 250 mil habitantes.

Esta é, portanto, a resposta matemática às dúvidas que foram lançadas durante um fim-de-semana em que o Terreiro do Paço ficou muito longe de estar cheio e sequer de se comparar ao que aconteceu, por exemplo, em Setembro último, quando a CGTP lançou uma greve geral.

O Terreiro do Paço já encheu por muitas vezes. Missa papal, manifestações de diversa índole, comemorações, espetáculos. Assim como a Avenida dos Aliados enche frequentemente. Não foi o caso desta última manifestação. Nem em Lisboa nem no Porto que ficaram a uma enorme distância das maiores manifestações, em concreto, das últimas.

Não tendo sido a maior, nem sendo matematicamente admissível que se possam contabilizar mais do que 150 mil pessoas em todo o país (e não 1,5 milhões como foi anunciado pela organização), as manifestações realizadas este fim-de-semana tiveram o seu significado. Não é por terem sido apenas 150 mil pessoas (quase três estádios da Luz cheios) que deixaram de exprimir o sentimento de muita gente, a sua indignação e deixam de ser um sinal para os governantes.

Mas há algo que, em nome da honestidade intelectual de um povo, não podemos ignorar. Esta gente que a organizou, tirando partido da austeridade a que o País se obrigou após o anterior Governo nos ter deixado à beira da bancarrota, esta mesma gente que se diz apolítica e que tanto insulta os políticos e os partidos, nos seus 15 minutos de fama, não resistiu a ser pior do que os que critica.

Multiplicar por dez a presença do povo numa manifestação pública apenas acontece atualmente na Coreia do Norte. Mas já tinha acontecido no Kremlin, antes da queda do regime ditatorial de esquerda. Ah! Também acontecia na Roménia de Ceausescu com os números da produção agrícola do país onde, como se sabe, se morria à fome e o líder acabou sumariamente julgado e fuzilado.

Lá, no passado, como cá, no presente, podemos por isso falar em mentira colossal, não apenas dos ingénuos organizadores desta manifestação, mas também da imberbe imprensa que comprou o disparate e, assim, quis fazer do povo português, aquilo que ele não é: uma carneirada que se deixa usar por ditaduras de esquerda que, em nome da igualdade, da fraternidade e contra o capitalismo, manipulam os inocentes.

domingo, 3 de março de 2013

A "violação" dos direitos da criança em plena manifestação


Atualmente já pouca coisa me choca. Mas, ainda assim, nãoestou desprovido de sensibilidade. Hoje, enquanto assistia a reportagenstelevisivas sobre as manifestações, o meu filho de 12 anos chocou-se por havercrianças entre a multidão, “Pai, as pessoas levam os filhos para a manifestação?”,perguntou indignado.

Mais adiante, no fecho de um noticiário da TVI - estação que até fez das reportagens mais equilibradas e isentas -, uma criança certamentemais nova do que o meu confuso filho, servia para ilustrar o descontentamentoevidenciado durante o dia por todos os manifestantes. Dizia o miúdo, que usavaroupas aparentemente caras e se passeava pela manifestação de cartaz em punho: “Estou aqui porque há dois anos perdi aminha semanada por causa desta treta toda”, e adiantava “a culpa é destes tipos todos, o Passos, o Relvas, que roubamtoda a gente. Roubaram os meus pais e, por isso, os meus pais roubaram-me amim a semanada e disseram-me para vir para aqui protestar”.

Protestar não é, em si, mau. Protestar é legítimo esaudável. Não gostar dos cortes, da austeridade, das opções políticas é tãolegítimo como apoiá-las. Mas a perda completa de valores como os da liberdade,do pluralismo, da verdade e da democracia, evocando-os, não é nada bom sinal. Oque assisti durante a tarde pode ter sido um ato legítimo e genuíno de indignaçãode alguns, mas foi sobretudo um hino de hipocrisia política, de aproveitamentotorpe, de carneirismo e mesmo de mentira por parte de uma minoria manipuladora.

A utilização da imagem das crianças é chocante e mostra aperda total da consciência e das razões para o protesto. A sua exposiçãopública em atos políticos é deplorável. Os pais que o fizeram e permitiram sãoirresponsáveis e deveriam ser questionados sobre por que razão enfiaram comcrianças de tenra idade num local onde – supostamente – estavam centenas demilhares de pessoas em protesto e, logo, onde havia um potencial de violênciaque não era negligenciável – pelo menos é o que me diz a sensatez de pai.
Mas a minha estranheza não se fica pela questão da segurança.Os jornalistas que, salvo exceções, andaram algures entre o “jornalismo cidadão”e o “jornalismo de militância”, ajudando os entrevistados a dizer o que queriamtransmitir e se chegaram a confessar emocionados, deveriam, pelo menos nestamatéria, não ter perdido o sentido crítico e do bom senso em relação à idioticeque representou a utilização abusiva e indecente de crianças na manifestação.

Mas há outro aspeto nesta peça televisiva que me pareceimportante e que ilustra bem a demagogia, a hipocrisia e a mentira que, apropósito da dificuldade das pessoas, certos setores anarquistas e de extrema-esquerdapretendem vender nestes atos. A palavra “roubar” na boca de uma criança de seisou sete anos. “O Passos e o Relvasroubaram toda a gente e os meus pais roubam-me a mim”. Deixem-me, por isso,ironizar. Se os pais da criança a “roubam”, tanto quanto o Passos os “rouba” aeles, então tenho a certeza que Passos, quando faz mais um corte, o faz comamor. Pelo menos, com o amor de pai, do pai daquela criança, a quem “roubou” asemanada. Indo mais longe na minha ironia, diria ainda que a criança não estáapenas a ser roubada pelos seus pais, mas está também a ser enganada. É que hádois anos, quando o roubo foi perpetrado, não era Passos nem Relvas quegovernavam, mas José Sócrates e Pedro Silva Pereira. Ou seja, o “ladrão” do paida criança é também um mentiroso…

Deixando de lado a minha ironia, e sendo mais direto, o maisprovável de tudo foi termos assistido a uma encenação lamentável de um qualquercandidato a politicozeco que pretendeu fazer alpinismo às custas da crise, dasdificuldades dos outros e, até, às custas da imagem dos próprios filhos. Claro,com o altíssimo patrocínio de uma estação de televisão. E tudo isto écriminoso.

Termino perguntando: onde anda a Comissão de Proteção deCrianças e Jovens? É que este miúdo anda a ser violado, pelo menos metaforicamente falando. Mais do que o resto dopovo português, mas não é nem Passos nem Relvas que o andam a violar.

PS: originalmente este texto tinha em título apenas "violação" e não "violação dos direitos da criança" . Uma vez que quem não gostou do conteúdo do texto, não tendo outra forma de o contestar, se "agarrou" ao título para criticar, procedi à sua correção. Sobre tudo o resto mantenho a minha opinião e, mais do que isso, reforço-a, depois de ter percebido que, mesmo depois de o ter escrito, a única coisa que continua a motivar os comentários de alguns é a política mesquinha e nunca a utilização de uma criança para este efeito.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Futebol precisa de critério como de pão para a boca


Quando há precisamente um ano o Benfica eliminou o Futebol Clube do Porto da Taça da Liga choveram críticas a Jorge Jesus por ter usado a equipa principal nesse encontro das meias-finais, não poupando os titulares para o campeonato, que viria a perder (embora fosse então líder).

Ao treinador do derrotado Futebol Clube do Porto, não faltaram elogios pela sagacidade de ter preterido a Taça da Liga – “coisa sem nenhuma importância” – em detrimento do campeonato, que viria a vencer, sabemos nós como.

Um ano depois, Jorge Jesus assumiu completamente a prioridade ao campeonato, colocando a jogar em Braga uma espécie de equipa B+ na meia-final de ontem. O Benfica foi eliminado e, até, bem eliminado, apesar de apenas ter sido derrotado nas grandes penalidades e de ter criado, nos 90 minutos, a melhor oportunidade de golo, com uma bola à barra, de ter visto não ser marcada uma grande penalidade sobre o Gaitan e de não ter sofrido qualquer golo.

Curiosamente, os mesmos que há um ano criticaram Jesus por não ter poupado jogadores frente ao Porto na Taça da Liga (jogo que ganhou), hoje criticam Jesus por tê-lo feito frente ao Braga.

O Futebol português precisa, como de pão para a boca, de critério, sob pena de continuar a perder adeptos, espetadores, telespetadores e patrocinadores. Critério na arbitragem, critério no comentário e critério na disciplina. Neste caso da Taça da Liga não tem havido critério em nenhuma dessas áreas, o que, pelo menos em parte, pode explicar que o Benfica já não esteja na competição e o Futebol Clube do Porto ainda por lá continue.

Mas não é só a Taça da Liga – “taçazita de merda” e sem nenhuma importância em que finalmente o Porto tem uma chance – que anda falha de critério , o problema está em todo o futebol: Taça da Liga, Campeonato, Taça de Portugal e até nas Competições Europeias. Só a falta de critério pode explicar que o Porto esteja há mais de 1.800 minutos sem ver marcada contra si uma grande penalidade, para dar apenas um exemplo.

Ainda quanto a critérios – e para demonstrar que as minhas afirmações não são infundadas  – bastará esperar pela outra meia-final da Taça da Liga: o Porto-Rio Ave, e veremos qual será a equipa que Vítor Pereira colocará em campo; como será a arbitragem desse jogo e, no final,  quais serão os comentários dos mesmos comentadores que acham que Jesus deveria ter jogado com a equipa principal ontem em Braga.

Quanto ao outro critério a que me referi mais acima nesta crónica –  o da disciplina –  já não temos que esperar por mais nenhum jogo, pois já sabemos qual foi.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Portugal pode ser a Itália?


As eleições em Itália deram o triunfo a um conhecido palhaço e a um conhecido corrupto. O discurso anti-austeridade e anti Mario Monti conduziu o País a um beco sem saída - salvo as devidas distâncias - não muito diferente do que a Grécia caiu politicamente após as penúltimas eleições.

O que eu gostava que se fizesse por cá - além de antever o que poderiam ser resultados eleitorais neste momento em Portugal - é que fosse feita a seguinte reflexão: se a política da austeridade e do equilíbrio orçamental leva a resultados eleitorais desastrosos, por que razão os Governos as estão a implementar em Portugal, Irlanda, Espanha, França, Itália...? Será por egoísmo e táctica eleitoral? Não me parece, como salta à vista, a austeridade não dá votos. E face a isto, não será por essas políticas serem mesmo a única solução para o País?

Uma coisa é certa, se formos a eleições, tal como em Itália, não nos faltam comediantes irresponsáveis para ganhar. Para já não falar de corruptos.