quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Futebol precisa de critério como de pão para a boca


Quando há precisamente um ano o Benfica eliminou o Futebol Clube do Porto da Taça da Liga choveram críticas a Jorge Jesus por ter usado a equipa principal nesse encontro das meias-finais, não poupando os titulares para o campeonato, que viria a perder (embora fosse então líder).

Ao treinador do derrotado Futebol Clube do Porto, não faltaram elogios pela sagacidade de ter preterido a Taça da Liga – “coisa sem nenhuma importância” – em detrimento do campeonato, que viria a vencer, sabemos nós como.

Um ano depois, Jorge Jesus assumiu completamente a prioridade ao campeonato, colocando a jogar em Braga uma espécie de equipa B+ na meia-final de ontem. O Benfica foi eliminado e, até, bem eliminado, apesar de apenas ter sido derrotado nas grandes penalidades e de ter criado, nos 90 minutos, a melhor oportunidade de golo, com uma bola à barra, de ter visto não ser marcada uma grande penalidade sobre o Gaitan e de não ter sofrido qualquer golo.

Curiosamente, os mesmos que há um ano criticaram Jesus por não ter poupado jogadores frente ao Porto na Taça da Liga (jogo que ganhou), hoje criticam Jesus por tê-lo feito frente ao Braga.

O Futebol português precisa, como de pão para a boca, de critério, sob pena de continuar a perder adeptos, espetadores, telespetadores e patrocinadores. Critério na arbitragem, critério no comentário e critério na disciplina. Neste caso da Taça da Liga não tem havido critério em nenhuma dessas áreas, o que, pelo menos em parte, pode explicar que o Benfica já não esteja na competição e o Futebol Clube do Porto ainda por lá continue.

Mas não é só a Taça da Liga – “taçazita de merda” e sem nenhuma importância em que finalmente o Porto tem uma chance – que anda falha de critério , o problema está em todo o futebol: Taça da Liga, Campeonato, Taça de Portugal e até nas Competições Europeias. Só a falta de critério pode explicar que o Porto esteja há mais de 1.800 minutos sem ver marcada contra si uma grande penalidade, para dar apenas um exemplo.

Ainda quanto a critérios – e para demonstrar que as minhas afirmações não são infundadas  – bastará esperar pela outra meia-final da Taça da Liga: o Porto-Rio Ave, e veremos qual será a equipa que Vítor Pereira colocará em campo; como será a arbitragem desse jogo e, no final,  quais serão os comentários dos mesmos comentadores que acham que Jesus deveria ter jogado com a equipa principal ontem em Braga.

Quanto ao outro critério a que me referi mais acima nesta crónica –  o da disciplina –  já não temos que esperar por mais nenhum jogo, pois já sabemos qual foi.

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