quinta-feira, 15 de abril de 2010

Brincamos com a informação ou quê?

Fico incrédula com as imensas coisas que se passam actualmente com o jornalismo em Portugal, nomeadamente com a descredibilização constante e fraca capacidade de dignificarmos uma área essencial na sociedade.

Como aluna que fui, durante uma licenciatura em Comunicação Social, e como interessada na matéria, sonhadora quiçá por um jornalismo mais humano, angustio-me diariamente com o caminho que o jornalismo atravessa.

Quem me conhece destas lides sabe que sou crítica, desde cedo que procurei ir para além do aprendido na sala de aula. Com o estágio no Jornal Público saltei a barreira do jornalista estagiário fechado numa redacção e agarrado à secretária. Passei 'tudo cá para fora' com o Parem as Máquinas, blogue de estágio dos durante três meses na redacção do Público no Porto.

Quem o leu e o lê identifica no blogue todas as sensações pelas quais qualquer um de nós atravessa durante o período de primeira experiência profissional: o encanto, o medo, o desejo de fazer, o desencanto, as angustias de não corresponder, as alegrias do primeiro artigo na edição impressa, enfim, tudo aquilo que é trabalho nosso e nos referência como profissionais.

Mas depois do encanto camuflado surge a constatação do mercado actual e da falta de emprego na área. Não exerço jornalismo neste momento, só colaboro em plataformas online porque gosto e não quero perder o gosto a isto. Mas depois, reiterando de novo a fórmula do desalento, aparecem situações como as tentativas de controlo dos OCS e jornalistas, e este recente caso de plágio descarado do jornal 'i'.

Meus amigos leitores e colegas, o que se passou afinal com o artigo do 'i' que parece cópia do artigo da Mashable? - 'É oficial: os gatos adoram o iPad' vs 'It’s Official: Cats Love iPads' -.
O Bruno Miguel lançou o barro à parede e foi mais longe que as críticas feitas no twitter: enviou carta aberta à direcção do diário português e, por sorte, teve resposta:


"Pedem desculpa por não mencionarem as fontes, apenas". MAS O QUE SE PASSA com o 'i' que só pede desculpas pelo acontecido? Estarão doidos, ao ponto de não exercer um dos parâmetros mais importantes da redacção e prática jornalística que é a identificação das fonte de informação!

Sinceramente esperava mais que um simples e tosco pedido de desculpas. A colega que escreveu o artigo ou das duas uma: pensa que os leitores são tolinhos e nunca se aperceberiam do transcrever literal do artigo da Mashable; ou andamos a brincar ao jornalismo, em que nem se consideram os princípios basilares do código deontológico.

2 comentários:

  1. Já de agora, deixo a link para a carta aberta:
    http://conversasdobruno.blogs.sapo.pt/771221.html

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  2. Obrigada Bruno. Formatei o texto e escapou-se esse link ao teu post sobre a carta aberta.

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