Há dois ou três anos, na sequência de uma arbitragem
desastrosa num jogo do Campeonato Nacional de Futebol, escrevi um post em que afirmei que iria naquele
instante suspender a minha assinatura SportTV. E fiz. Anos depois, o
campeonato começou sem que eu tenha assinatura da SportTV. Ainda assim, vi o
jogo de hoje do Benfica. Depois de uma partida que até poderia considerar-se
emocionante, o Benfica marcou um golo limpo que o árbitro invalidou. Ao mesmo
tempo, leio que nenhum dos canais de TV em sinal aberto está interessado em
comprar o jogo por jornada que até à temporada passada era exibido além da
SportTV. Aproveito os dois factos para, interligando-os, reafirmar o que ando
há anos a dizer: se o público não entender que há verdade desportiva no jogo,
desinteressa-se. Pode um qualquer dirigente desportivo achar que a sua equipa
sai a ganhar dos “enganos”, dos “erros” e de outras coisas que inclinam o campo
(involuntária ou voluntariamente) quase sempre para o mesmo lado. Mas, no fim,
perdem todos. Quem perdeu hoje mais pontos não foi o Benfica. Foi o futebol. E,
numa altura em que clubes como o Benfica ou dirigente como o presidente da Liga
reclamam mais valor para os direitos televisivos, melhor seria se pensassem
primeiro em valorizá-los. Apenas há público se houver pelo menos a sensação de
que o resultado não está feito ou fortemente condicionado, seja
pelos senhores de preto, seja por quem insiste em recusar meios tecnológicos.
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