segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A reportagem da SIC sobre o BPN

Para os que muitas vezes aqui me acusam de defender apenas as posições do PSD, gostaria de dizer que, após ter visto por duas vezes a reportagem da SIC (em quatro episódios) sobre o BPN, fiquei na mesma. Aliás, por muito respeito que tenha pelo excelente jornalista que assinou a peça, continuo sem entender porque razão ele próprio aceitou colocar no ar este trabalho. Na verdade, nas quatro peças não há uma única notícia, novidade, revelação ou algo de substantivo que possa justificar a mesma.
A sensação que me ficava a cada episódio era sempre "é amanhã". Mas, no final, a pescadinha de rabo na boca terminava sempre com frases feitas... e feitas há muito tempo.
Eu que assisti a boa parte da comissão de inquérito através do Canal Parlamento apenas fico perplexo como não foram aproveitadas algumas "pistas" lá deixadas e se insistiu apenas em meia-dúzia de testemunhos sem qualquer valor-notícia ou acrescento ao que já se sabia.
Se o BPN foi o "banco-laranja", eu quero saber se foi, como foi e quem o comandava realmente. Quem realmente beneficiou com isso e quem está a ser julgado por que factos e quem não está e deveria. E também quero (preciso muito) saber qual foi o papel do Banco de Portugal no meio de tudo isto e que, de uma vez por todas, alguém questione todos os que tinham obrigação de não ter deixado que isto tivesse acontecido, mas deixaram.
A reportagem não aborda estas questões, ficando-se pela rama, contornando as questões mais incómodas. Há um ano, uma reportagem da Visão, embora curtinha, disse-nos mais sobre as ligações entre as pessoas que duas horas de televisão na SIC.
O jornalismo de investigação é algo muito complexo e difícil de fazer em processos desta dimensão e importância. O tempo e os meios que existem nas redações são escassos e as oportunidades poucas. É por isso que nunca se deveria queimar oportunidades como a que a SIC aparentemente abriu (será?) a esta matéria de grande importância para o País e que, mais uma vez, se ficou pelas generalidades e pelo jogo de sombras.
Fica o link para a referida peça da Visão:

LINK Visão


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