sábado, 29 de dezembro de 2012

A tendência doentia pela procura da "gaffe"

É incrível a disparidade de tratamento da comunicação social em relação às boas e às más notícias. A gasolina deve descer no início do ano, para níveis de Setembro de 2011. Mas o facto é relatado na 28ª notícia dos noticiários televisivos de forma discreta e em poucos segundos. O défice está a baixar desde o início do ano e a aproximar-se dos "impossíveis 5%", apesar da redução da receita fiscal e apesar da contração do PIB, o que significa uma redução assinalável da despesa pública. Os juros da dívida nunca foram tão baixos desde que Sócrates nos levou à quase bancarrota. O Governo conseguiu vender a ANA por um valor espetacularmente acima do previsto pelo PS em 2011 e manteve a TAP, defendendo o interesse nacional perante as dúvidas que o negócio levantava. 2012 foi um ano horrível para Portugal e 2013 será um ano horrível para Portugal, mas há esperança e algumas boas notícias. Infelizmente, a comunicação social, sindicalistas e partidos políticos aparentemente com responsabilidades tudo fazem para sublinhar as más e mitigar a esperança. É pena que, em vez destes bons sinais, a preocupação dos editores seja apenas sublinhar o que ignorantemente consideram ser uma declaração infeliz de um secretário de estado da saúde, quando apela à prevenção de doenças para melhorar os níveis de saúde e, consequentemente, reduzir a despesa. A constante procura da "infelicidade" e da "gaffe" ou o que consideram ser "gaffe" nas declarações de governantes está a tornar-se doentia. Entretanto, incógnito, há um país que acredita e faz qualquer coisa.

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