quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Serviço Público, RTP e Eleições nos Açores


Com o "like" de alguns jornalistas da RTP, escrevi neste espaço há uns tempos, com justiça e sinceridade, que o trabalho da RTP Madeira aquando dos incêndios naquela ilha foi notáv el. Em particular, elogiei uma jornalista "pivot" que durante horas sustentou a emissão que foi transmitida - e bem - em simultâneo para a RTPi. Não o fiz, mas o mesmo poderia ter dito de muitos jornalistas da RTP Açores que trabalharam aquando da passagem de uma tempestade, trabalho também transmitido em direto pela RTPi. "Serviço Público", disseram então os interessados na manutenção da atual RTP, pública e deficitária. Assim se justificava – liam nas minhas palavras - que tudo valia a pena.

Ora, para meu espanto, hoje assisti na mesma RTPi a uma reportagem sobre as eleições Regionais dos Açores, nomeadamente a propósito visita do vice-presidente do PSD à Região, sendo a jornalista uma "enviada" desde a RTP... do Porto

 Eu, que quase me rendia perante bons relatos de fogos e vendavais à necessidade da manutenção de tão importantes bastiões do serviço público televisivo nas Ilhas - e acho mesmo que é importante - fiquei perplexo com esta opção da RTP de enviar jornalistas onde eles já existem, como se os segundos fossem incapazes. Se o serviço público é importante e se é importante para o serviço público manter a RTP na esfera do Estado - e são coisas muito diferentes -, então que parem de nos dar razão para acharmos que há esbanjamento e exagero na forma como, a título de serviço público, se comentem disparates que apenas podem dar razão aos que não o defendem.

E já agora, também ajudava ao discurso se o jornalista Hélder Conduto não voltasse ao Brasil só para entrevistar um jogador de futebol.

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