sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Daniel Oliveira, o "grande chefe" e a comunicação social


Não sou da área política de Daniel Oliveira. Mas reconheço-lhe coerência, inteligência e pensamento. Simpatizo particularmente com estes três adjectivos quando aplicados a pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem intervenção política. Daniel Oliveira criticou hoje a falta de debate interno e de democracia no Bloco de Esquerda. Há anos que isso é evidente, embora a comunicação social passe ao lado desse facto grave que se passa num partido político com um lugar no quadro parlamentar e não só.
Recentemente, o “grande líder” Louçã, anunciou a sua retirada, depois de ter ignorado um enorme fracasso eleitoral e ter passado ele próprio uma esponja sobre as suas responsabilidades, fugindo ao debate com os seus “camaradas”. Louça passou mais de uma década a clamar uma democracia para o País que ele recusava aos seus seguidores. Nunca me dei conta da comunicação social portuguesa lho perguntar, o questionar ou mesmo o perseguir com essa questão, como se faz aos partidos da direita, do centro direita e mesmo do centro esquerda. Louçã, ao anunciar a sua retirada, anunciou quem o substituiria. Obedientemente, sem questão e sem reportagens insidiosas e carregadas de “bocas opinativas” como hoje é moda nas peças ditas “jornalísticas” televisivas, a comunicação social, abriu as portas para o senhor e a senhora “mandatados” por Louçã para o substituir. À cubana, TV’s, rádios e jornais, aceitaram como sucessores os “indicados” pelo “grande chefe”.
Ontem, as críticas de Daniel Oliveira foram objectivas e não obtiveram resposta razoável, refletindo aquilo que a passar-se no PSD, no PS ou no CDS seria classificado de “escândalo” e daria aso à reportagem “atrevida” dos pés de microfone que viajam atrás de alguns políticos repetindo chavões e perguntas feitas.
Contudo, apesar do mediatismo de Daniel Oliveira e da gravidade do que está em causa para os militantes do que ainda há pouco tempo era o 3º partido português, as suas críticas ficaram na gaveta das agendas das redações (salvo raras excepções). As leves referências ao assunto foram sobrepostas por peças elogiosas ao imaculado percurso político de Louçã. “O grande chefe” nunca sai derrotado. Aliás, nunca sai nem se demite, a sua presença é mais necessária noutro local. Veremos em que ecrã(s) é esse local.

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