segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Magistratura ativa vs Magistratura passiva

Não compreendo como alguns conseguem passar quatro horas a comentar uma comunicação com a duração de quatro minutos. Tanto mais quando a única coisa que há a perguntar sobre a comunicação do Presidente da República é por que razão o próprio decidiu que este seu segundo mandato seria uma “magistratura ativa”. Depreende-se, pois, que o primeiro (quando quase todos os males aconteceram) foi de “magistratura passiva”. Mas se o anterior mandato foi de desvario, com “o país a viver acima das suas possibilidades”, então só se pode perceber as diferenças de atividade entre as “magistraturas” do primeiro e do segundo mandato do senhor Presidente se pensamos nelas não no quadro do interesse do país mas sim no quadro do interesse eleitoral do próprio. A pergunta que se coloca é, pois, se Portugal, além de ter maus Governos, aguenta ter Presidentes da República que gerem a sua “atividade” e o seu nível de intervenção política em função de estarem no primeiro ou no segundo (e último mandato). É que se assim é – e partindo do princípio que um Presidente ativo é melhor do que um passivo – então mais valeria acabar com a possibilidade de se recandidatarem. Estaríamos, pois, sempre no último mandato, sempre ativos, portanto. Sempre felizes, com um bom presidente e escusávamos de passar por mandatos tão maus como o primeiro mandato de Cavaco Silva, que assistiu passivamente à delapidação do país por um Governo que se sabia ser irresponsável.

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