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segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Este é um País de inocentes
O fim da grande ilusão do crédito abriu o cadafalso para onde serão varridos milhões de portugueses. Findo esse ciclo, Portugal descobre indignado que é um país de pobreza envergonhada. A nova ideologia oficial prepara-se para desmantelar o que resta de um Estado social que cresceu entre nós à sombra da doutrina dos "pobres, mas honrados", do doutor Oliveira Salazar. Ganhávamos pouco e gastávamos pouco. A UE prometeu o luxo popular. Isso faliu. Os créditos mais caros, as casas impossíveis de adquirir e os salários mais exíguos serão a cama de pregos onde os portugueses vão ser convidados a repousar.
Cada Governo, claro, culpa o anterior. Não fui eu! É verdade. A frase serve para perpetuar o mal-entendido em que vive Portugal há alguns séculos: ninguém tem culpa da situação actual. Este é um País de inocentes até prova em contrário. A insuportável leveza da política portuguesa resume-se ao tédio.
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