sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sócrates e a corrupção

A TSF realizou uma iniciativa durante a campanha eleitoral que consistiu em fazer 10 perguntas em dez dias, aos líderes dos cinco principais partidos. Não ouvi todos. Mas dos que ouvi, Sócrates não respondeu. Hoje, era sobre corrupção. Quais as propostas dos partidos para o combate à corrupção? Há dias, perguntavam sobre qual a política de investimento público. Sócrates também foi o único a não responder. Pus-me a pensar, o que haveria Sócrates de responder? Na verdade, Sócrates não poderia responder. A sua política sobre obras públicas levou o país à falência e revelou-se um desastre do ponto de vista económico. O seu programa eleitoral nada diz senão generalidades quanto ao assunto. Já quanto ao combate à corrupção, Sócrates nada fez durante seis anos, senão inviabilizar propostas legislativas da oposição e aumentar os limites para ajustes diretos. O seu programa nem generalidades tem sobre o assunto. O PS acha que não é preciso combater a corrupção. Dei por mim a relacionar os dois assuntos. Obras públicas, autoestradas, parcerias-publico-privadas… e corrupção. Sócrates não aproveitou a antena da TSF para dizer o que pensa sobre estes dois assuntos fulcrais da vida de um país, porque programaticamente não tem política e porque, evidentemente, lhe interessa que continue a não haver política. Assim, as autoestradas poderão continuar a ziguezaguear livremente por esse país fora… e, bem assim, como as autoestradas, também as leis de combate à corrupção poderão deixar ziguezaguear a política das autoestradas… ao mesmo sabor e à mesma velocidade, contornando montes, galgando rios e ocupando terrenos…

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