As sondagens publicadas esta semana estão a complicar a interpretação de muitos comentadores, dos políticos e mesmo de quem as fez. E, de facto, à primeira vista elas encerram alguns mistérios insondáveis e de difícil interpretação. Se mais de 80% dos portugueses culpa Sócrates pelo Estado a que o país chegou, como explicar que cerca de um terço dos portugueses afirme que vai continuar a votar PS?
Contudo, a explicação pode ser bem mais simples do que à primeira vista pode parecer e reside, em minha opinião, nos mais importantes pecados de Sócrates. A sociedade portuguesa vive hoje mergulhada numa profunda injustiça que a divide. É triste reconhecê-lo, mas apenas não o fará quem não quiser realmente mudar Portugal: o país vive numa profunda clivagem entre os que sofrem com os desvarios do Estado e os que dele beneficiam – uns conscientes, outros inconscientemente.
Mas será que 33% da sociedade portuguesa é “clientela” partidária do PS? Não. 33%, ou cerca disso, são os que, respondendo a uma sondagem, afirmam ir votar no PS de novo. São os que, de alguma forma, beneficiam não apenas do clientelismo direto e que podem ser apelidados como sendo “a tropa de Sócrates” ou “os boys” que “mamam” no Estado graças ao “padrinho” – bem como as suas famílias –, mas são também os que se agarram às franjas desse clientelismo, vivendo das sobras de um Estado falido e decrépito e de uma política ruinosa, mas que ainda sustenta (ou tem podido sustentado) uma enorme classe de inúteis.
Sócrates vive, portanto, não daqueles que acreditam nas suas políticas ou nas suas qualidades, mas sobretudo da enorme injustiça e desigualdade da sociedade portuguesa. Os que trabalham honestamente e são delapidados por impostos cada vez maiores, dividem-se pelo espectro partidário. Os que vivem do esquema montado por Sócrates onde o Estado e o Governo se misturam perigosamente, votam convictamente no “chefe”. E, depois, há os que gostam de Câmaras municipais cheias de funcionários que nada fazem, de institutos e fundações sem sentido nem função ou, simplesmente, de um subsídio de inserção ou de desemprego.
Esses, todos (30%), por razões diferentes, gostam quando Sócrates fala do “Estado Social” e detestam quem do estrangeiro nos venha cá dizer que não podemos continuar assim, o que sustenta e justifica a fobia de Sócrates pelo FMI. Boa parte desses (15%) sabe quem é o culpado pela situação a que chegámos mas quer continuar na mama. Os restantes (15%), pobres e mal informados, tê medo da mudança e não têm simplesmente inteligência, informação ou condições para distinguir entre aquilo que é uma política responsável e com futuro e a política demagógica e assistencialista ruinosa que mata o Estado social falindo-o.
É por isso que acredito que quem está hoje indeciso sobre em quem votar – e são muitos – apenas esteja indeciso sobre em quem vai votar, mas não tenha nenhuma dúvida de que não vai votar em Sócrates.
Contudo, a explicação pode ser bem mais simples do que à primeira vista pode parecer e reside, em minha opinião, nos mais importantes pecados de Sócrates. A sociedade portuguesa vive hoje mergulhada numa profunda injustiça que a divide. É triste reconhecê-lo, mas apenas não o fará quem não quiser realmente mudar Portugal: o país vive numa profunda clivagem entre os que sofrem com os desvarios do Estado e os que dele beneficiam – uns conscientes, outros inconscientemente.
Mas será que 33% da sociedade portuguesa é “clientela” partidária do PS? Não. 33%, ou cerca disso, são os que, respondendo a uma sondagem, afirmam ir votar no PS de novo. São os que, de alguma forma, beneficiam não apenas do clientelismo direto e que podem ser apelidados como sendo “a tropa de Sócrates” ou “os boys” que “mamam” no Estado graças ao “padrinho” – bem como as suas famílias –, mas são também os que se agarram às franjas desse clientelismo, vivendo das sobras de um Estado falido e decrépito e de uma política ruinosa, mas que ainda sustenta (ou tem podido sustentado) uma enorme classe de inúteis.
Sócrates vive, portanto, não daqueles que acreditam nas suas políticas ou nas suas qualidades, mas sobretudo da enorme injustiça e desigualdade da sociedade portuguesa. Os que trabalham honestamente e são delapidados por impostos cada vez maiores, dividem-se pelo espectro partidário. Os que vivem do esquema montado por Sócrates onde o Estado e o Governo se misturam perigosamente, votam convictamente no “chefe”. E, depois, há os que gostam de Câmaras municipais cheias de funcionários que nada fazem, de institutos e fundações sem sentido nem função ou, simplesmente, de um subsídio de inserção ou de desemprego.
Esses, todos (30%), por razões diferentes, gostam quando Sócrates fala do “Estado Social” e detestam quem do estrangeiro nos venha cá dizer que não podemos continuar assim, o que sustenta e justifica a fobia de Sócrates pelo FMI. Boa parte desses (15%) sabe quem é o culpado pela situação a que chegámos mas quer continuar na mama. Os restantes (15%), pobres e mal informados, tê medo da mudança e não têm simplesmente inteligência, informação ou condições para distinguir entre aquilo que é uma política responsável e com futuro e a política demagógica e assistencialista ruinosa que mata o Estado social falindo-o.
É por isso que acredito que quem está hoje indeciso sobre em quem votar – e são muitos – apenas esteja indeciso sobre em quem vai votar, mas não tenha nenhuma dúvida de que não vai votar em Sócrates.
Sem comentários:
Enviar um comentário