O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou  hoje que o défice orçamental de 2010 se deverá situar abaixo dos 7,3 previstos,  superando as expetativas do Governo. 
 
    "Partimos para uma boa expetativa para o resultado final do nosso défice,  sendo que estes três dados que já estão fechados e que constituem os aspetos  principais nos dão claramente a ideia de que o Estado português não só vai  cumprir e ficará abaixo da meta orçamental de 7,3, como vai ficar abaixo  desse valor quando o valor final do défice for finalmente apurado", disse.
 
    Em conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças, Teixeira  dos Santos, o chefe de Governo declarou: "São boas notícias do apuramento  preliminar que superam as nossas expetativas". 
 
    José Sócrates indicou que se trata de um "apuramento preliminar dos  principais números da execução orçamental de 2010", que o executivo decidiu  agora divulgar "considerando a sua relevância para os desafios que o país  enfrenta". 
 
    Na ocasião, José Sócrates adiantou que o apuramento resulta do encerramento  das parcelas do subsector Estado e da Segurança Social. 
 
    "A despesa acumulada do subsector Estado ficou em 1,7 por cento, o  que compara com um aumento de 2,5 previsto no OE (...) No lado das receitas,  um apuramento ainda preliminar considera que ficaram em 5,3, o que compara  com cerca de 4,5 de crescimento previsto no OE, boas notícias, portanto  do lado da receita", disse. 
 
    Relativamente à Segurança Social, "a evolução da previsão do saldo  foi uma agradável surpresa, saldo de 605 milhões, ficará acima dos 720 milhões  de euros", referiu. 
 
    "Esses números superam todas as expetativas (...) Temos aqui uma folga  orçamental de 800 milhões de euros, ou seja 7,5 pr cento do PIB. São dados  principais, mais importantes do OE e que superam as nossas expetativas",  realçou. 
 
    José Sócrates vincou ainda -- a propósito dos "rumores acerca de ajuda  externa" -- que "o país está a fazer o seu trabalho e está a fazê-lo bem".
 
 
    "Este é porventura o primeiro resultado que o país apresenta como estímulo  à confiança dos mercados internacionais no financiamento da sua economia.  Portugal foi um dos países europeus que mais reduziu o seu défice em 2010  (...) Portugal é um dos países que reduz o seu défice mais de dois pontos  percentuais", sublinhou. 
 
    Afastando a necessidade de o país pedir assistência financeira, o chefe  de Governo afirmou que o país está "determinado" em fazer o trabalho "que  já iniciou no ano passado e vai continuar em 2011".