terça-feira, 29 de março de 2011

A presidenta ortográfica

Não nos basta o acordo ortográfico que, de uma forma geral, nos obriga a adotar brasileirismos. Agora, temos que aturar os jornalistas portugueses a dizerem "presidenta" do Brasil. Aliás, tenho sobre o acordo ortográfico a ideia de que não é apenas ortográfico. É uma verdadeira ditadura fonética, também, uma vez que nos obriga a alterar a forma como pronunciamos as palavras. Não leio facto da mesma forma que leio fato. Aliás, não posso ler fato da forma que lia facto, porque não está lá nenhum "c". Então, o acordo não é apenas ortográfico. Mas, enfim, já me conformei em usá-lo (a custo). Contudo, dizer "presidenta" já não é conformismo com acordos, é parolismo colonial invertido. Já que temos que aceitar a ajuda do Brasil que nos vai comprar dívida que não vale nada, já que temos que falar como eles e consumir o petróleo deles, as novelas, a música, o carnaval, então talvez valesse a pena cumprir a sugestão irónica li há dias num artigo na imprensa internacional e tornarmo-nos numa província do Brasil. Seríamos bem mais felizes. Eles é que não.

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