Não sou da área política de Daniel Oliveira. Mas reconheço-lhe
coerência, inteligência e pensamento. Simpatizo particularmente com estes três adjectivos quando aplicados a pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem
intervenção política. Daniel Oliveira criticou hoje a falta de debate interno e
de democracia no Bloco de Esquerda. Há anos que isso é evidente, embora a
comunicação social passe ao lado desse facto grave que se passa num partido
político com um lugar no quadro parlamentar e não só.
Recentemente, o “grande líder” Louçã, anunciou a sua
retirada, depois de ter ignorado um enorme fracasso eleitoral e ter passado ele
próprio uma esponja sobre as suas responsabilidades, fugindo ao debate com os
seus “camaradas”. Louça passou mais de uma década a clamar uma democracia para
o País que ele recusava aos seus seguidores. Nunca me dei conta da comunicação
social portuguesa lho perguntar, o questionar ou mesmo o perseguir com essa
questão, como se faz aos partidos da direita, do centro direita e mesmo do
centro esquerda. Louçã, ao anunciar a sua retirada, anunciou quem o substituiria.
Obedientemente, sem questão e sem reportagens insidiosas e carregadas de “bocas
opinativas” como hoje é moda nas peças ditas “jornalísticas” televisivas, a
comunicação social, abriu as portas para o senhor e a senhora “mandatados” por
Louçã para o substituir. À cubana, TV’s, rádios e jornais, aceitaram como
sucessores os “indicados” pelo “grande chefe”.
Ontem, as críticas de Daniel Oliveira foram objectivas e não
obtiveram resposta razoável, refletindo aquilo que a passar-se no PSD, no PS ou
no CDS seria classificado de “escândalo” e daria aso à reportagem “atrevida”
dos pés de microfone que viajam atrás de alguns políticos repetindo chavões e
perguntas feitas.
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