quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Se Portugal chegar a ser a Grécia, Cavaco Silva terá sido o mais culpado de todos os portugueses

Confesso que foi envergonhadamente que não votei nas duas últimas eleições presidenciais. Hoje, Cavaco Silva deu razão ao meu abstencionismo. Cavaco Silva ligou o rastilho do endividamento quando era Primeiro-Ministro (bem sei que os tempos eram outros); perdeu o controlo à máquina que criou no segundo mandato; não se candidatou ao terceiro, deixando o país entregue à irresponsabilidade socialista de Guterres de quem disse muito mal; regressou como Presidente da República para ser o grande cúmplice de Sócrates, a quem, em nome de uma convivência estratégica, patrocinou a atrocidade do défice e da dívida pública e, agora, quando o país tenta escapar ao colapso, aparece como “cangalheiro” da solução que o país, apesar de tudo, parece aceitar razoavelmente. Agora sou eu que digo: Portugal não é a Grécia, mas se um dia for a Grécia, Cavaco será o mais culpado de todos nós. Afinal, nas três últimas décadas, Cavaco Silva é de longe o cidadão que mais tempo ocupou os dois cargos mais influentes do Estado, foi o que teve mais poder e, no caso concreto da dívida externa, ele acendeu o rastilho, ajudou Sócrates a juntar lenha e acaba de deitar a gasolina que nos há-de queimar. E que venha alguém dizer-me se estou errado, a mim que sou social-democrata convicto.

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