Para não falar da total falta de senso do Presidente da República nas afirmações que fez e na forma e local em que o fez, falemos do aspeto técnico. Se, como sugere o economista Cavaco, fossem cortados os subsídios de férias e natal também aos privados, o resultados em matéria de receita fiscal seria desastroso. Se na função pública esse corte representa uma enorme poupança, no privado resultaria apenas numa enorme perda fiscal em sede de IRS e Segurança Social. Não apenas não haveria receita de dois dos vencimentos anuais, como esse facto faria baixar em muitos casos o escalão de IRS e uma devolução bem superior. Aquilo que seria aparentemente "um sacrifício distribuído por todos", tornar-se-ía numa catástrofe fiscal e numa contração ainda maior da economia. A consequência seria, certamente, o despedimento de milhares de pessoas da função pública, já. Além da forma irresponsável como o fez, a intevenção de Cavaco é tão mais estranha quanto este deveria saber, como economista, que o caminho que propõe implicitamente é impossível e irresponsável.
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