segunda-feira, 20 de junho de 2011

21 votos nulos na eleição do Presidente da Assembleia ou 21 néscios de garvata a brincar à democracia?

Pode discutir-se o nome de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República. Pode até dizer-se que foi um tiro no pé do PSD. Mas a verdade é que o que mais confusão me faz em todo o processo de chumbo do seu nome para Presidente da Assembleia da República, não foram os “só” 106 votos que mereceu provavelmente da bancada do PSD. Nem sequer os dois que supostamente, dentro do PSD, não votaram em Fernando Nobre. Nem tão pouco o deputado que na primeira volta votou a favor e na segunda em branco. Não me faz grande confusão, sequer, que 101 deputados tenham chumbado o nome de Fernando Nobre. Choca-me que 21 (vinte e um) deputados tenham votado nulo. Talvez, o ato mais incompreensível da democracia e que não constitui mais do que um pequeno e inútil gesto de terrorismo democrático e, como todos os outros atos de terrorismo, absolutamente cobarde. Aliás, gostava até que alguém me explicasse como é possível a um deputado eleito pela Nação e para a representar, não conseguir dizer sim nem não, porque era disso que se tratava. O que estava expresso naqueles votos? Não nos poderão mostrar, como há dias fizeram na TV com votos nulos de anónimos, com estes 21 boletins nulos? Eram palavrões que lá estavam? Foram os “precários” do Marques de Pombal, zangados com a democracia que votaram hoje nulo na Assembleia? Que exemplo de democracia é esta a dos deputados do nosso Parlamento que produzem uns quase 10% de votos nulos, valor nem alcançado na mais atrasada e iletrada das freguesias? Que raio de políticos carreiristas são estes, supostamente da Esquerda ou do Centro (que não os liberais do PSD – esses votaram em Nobre) que respondem à incursão estúpida de um cidadão (e que cidadão) nesse mundo tão estreito que é o desses Elóis e Lumbrales que, vindos da província, mais não são do que néscios mascarados de defensores da democracia e da liberdade?

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