Rui Pereira, o senhor Ministro da Administração Interna, assemelha-se àqueles pirómanos bombeiros que ateiam o fogo para depois o poderem apagar. Com uma ligeira diferença: não consegue apagá-lo. O Ministro que há dias, com o país a arder, conseguiu dizer que “está a correr tudo muito bem”, referindo-se ao combate aos incêndios, não nasceu Ministro. Antes de o ser foi Presidente da Unidade de Missão para a Revisão do Código Penal. Foi ele, portanto, quem dirigiu a brilhante equipa de magistrados que fez as propostas de alteração que, mais coisa menos coisa, acabou aprovada na Assembleia da República. O regime de prisão preventiva e mesmo o regime de liberdade condicional e precária foi alterado. Basicamente, visou-se tirar pessoas da cadeia. O princípio parece tão bom tão bom, que já o Miguel Ângelo há uns anos tinha inventado uma música tipo “libertem os prisioneiros”. A ideia é boa… para os prisioneiros e pode ser inócua na voz de um cantor sofrível, mas torna-se numa verdadeira irresponsabilidade quando falamos de política. E Rui Pereira, que agora não sabe apagar os fogos que ateou, vai passando por entre as labaredas sem que lhe perguntem quem pôs cá fora um incendiário que, segundo acabo de ouvir na RTP (e mais tarde na TSF), depois de ter sido perseguido pela população e capturado pela polícia, se concluiu “estar detido… mas em regime de ‘dias livres’”. Sim, porque Portugal é um país em que o Código Penal é tão avançado que permite que os incendiários gozem de “dias livres” da sua clausura não apenas durante todo o ano, mas especialmente naqueles dias de Agosto em que está decretado “alerta amarelo”. Parabéns senhor Ministro.
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