[ Adenda: Este artigo foi inicialmente publicado no quiosque.info, site com o qual colaboro semanalmente com textos sobre comunicação e jornalismo. ]
Esta semana foi bastante animada, em termos de tecnologia e jornalismo. Primeiro com o lançamento da nova coqueluxe da Apple, o iPAD.
Passado todo o êxtase e curiosidade, os dias avançaram e o pó geek atenuou. Mas que mudanças evidentes surgem com este novo aparelho? A meu ver é mais um gadget, com semelhanças com o Kindle, o já conhecido reader book. Podemos igualmente ouvir música, ver filmes, trabalhar em documentos e poupar no peso dos companheiros ‘mil folhas’ que costumamos levar na mala, acedendo a partir do iPAD a edições de jornais e livros. A desvantagem mais premente reside na questão de não suportar flash, o que dificulta a navegação web.
Não entrarei mais por este campo, por não estar bem dentro do assunto e porque a páginas tantas, aborrece-me tanta excitação. Interessa-me mais o que poderemos fazer com estas mutações tecnológicas do que ser um aparelho da maça trincada.
Por outro lado, a partir deste êxtase todo, surgiu uma opinião ‘engraçada’ (e sempre preocupante) vinda da não menos caricata personagem dos media mundiais: Rupert Murdoch.
"I'm old, I like the tactile experience of the newspaper, but "if you have less newspapers and more of these that's ok”.
O que parecia ‘soft’ assim ao princípio descamba para a já doentia perseguição aos motores de busca como o Google: "We are going to stop people like Google or Microsoft or whoever from taking stories for nothing … there is a law of copyright and they recognise it".
Rupert Murdoch, presidente da News Corp e de títulos como o Times e o Sunday Times, lança assim achas para a fogueira do jornalismo pago ao querer limitar o Google no acesso a conteúdos dos jornais da sua companhia.
Através da colocação de paywalls e do acesso restrito às notícias, Murdoch acha que resguarda os direitos autorais dos conteúdos e desmagnetiza o poderoso império das empresas que subsistem com a rede global de informação na web.
Contudo, surpreende quando refere o novo gadget da Apple como uma ferramenta de futuro. Na sua opinião, o iPAD não destrói o jornalismo tradicional, simplesmente lhe confere uma forma diferente, podendo mesmo salvar os ditos meios do desaparecimento: "There's going to be tens of millions of these things sold all over the world. It may be the saving of newspapers because you don't have the costs of paper, ink, printing, trucks”.
A ver vamos como se desenrola a novela Murdoch e os seus conteúdos restritos. Será esta a solução viável para o jornalismo na internet? Pagaremos mesmo por aceder aos conteúdos? A ver vamos, não é!
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