Quando há precisamente um ano o Benfica eliminou o Futebol
Clube do Porto da Taça da Liga choveram críticas a Jorge Jesus por ter usado a
equipa principal nesse encontro das meias-finais, não poupando os titulares
para o campeonato, que viria a perder (embora fosse então líder).
Ao treinador do derrotado Futebol Clube do Porto, não faltaram
elogios pela sagacidade de ter preterido a Taça da Liga – “coisa sem nenhuma
importância” – em detrimento do campeonato, que viria a vencer, sabemos nós
como.
Um ano depois, Jorge Jesus assumiu completamente a prioridade
ao campeonato, colocando a jogar em Braga uma espécie de equipa B+ na
meia-final de ontem. O Benfica foi eliminado e, até, bem eliminado, apesar de
apenas ter sido derrotado nas grandes penalidades e de ter criado, nos 90
minutos, a melhor oportunidade de golo, com uma bola à barra, de ter visto não
ser marcada uma grande penalidade sobre o Gaitan e de não ter sofrido qualquer
golo.
Curiosamente, os mesmos que há um ano criticaram Jesus por
não ter poupado jogadores frente ao Porto na Taça da Liga (jogo que ganhou),
hoje criticam Jesus por tê-lo feito frente ao Braga.
O Futebol português precisa, como de pão para a boca, de
critério, sob pena de continuar a perder adeptos, espetadores, telespetadores e patrocinadores. Critério na arbitragem, critério no comentário e critério na disciplina. Neste caso da Taça da Liga não tem havido critério em nenhuma
dessas áreas, o que, pelo menos em parte, pode explicar que o Benfica já não
esteja na competição e o Futebol Clube do Porto ainda por lá continue.
Mas não é só a Taça da Liga – “taçazita de merda” e sem nenhuma importância em que finalmente o Porto tem uma chance – que anda falha de critério ,
o problema está em todo o futebol: Taça da Liga, Campeonato, Taça de
Portugal e até nas Competições Europeias. Só a falta de critério pode explicar
que o Porto esteja há mais de 1.800 minutos sem ver marcada contra si uma
grande penalidade, para dar apenas um exemplo.
Ainda quanto a critérios – e para demonstrar que as minhas
afirmações não são infundadas – bastará
esperar pela outra meia-final da Taça da Liga: o Porto-Rio Ave, e veremos qual
será a equipa que Vítor Pereira colocará em campo; como será a arbitragem desse
jogo e, no final, quais serão os
comentários dos mesmos comentadores que acham que Jesus deveria ter jogado com
a equipa principal ontem em Braga.
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