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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Isto está mesmo cada vez pior?
Talvez graças aos ensinamentos do meu avô, que me contava histórias como a do Pedro e do Lobo em longos passeios numa serra da Beira Baixa, me tenha habituado a escutar os mais velhos com respeito e atenção. Conheci José Hermano Saraiva há cerca de seis anos e nas poucas horas em que tive o privilégio de conversar com ele aprendi o suficiente para olhar certos factos da atualidade de forma diferente. Disse-me a dada altura que nos queixamos permanentemente de que “isto está cada vez pior”. Mas na verdade não está, está cada vez melhor. “Vivo há quase 100 anos e passei por três Repúblicas. Esta é sem dúvida a pior, mas não há dúvida de que a qualidade de vida das pessoas melhora sempre, sem parar”. Claro que há patamares, crises e excepções em todas as regras, mas se pensarmos bem no caminho da História é despropositada esta ideia nova de que o futuro é negro e as novas gerações terão pior vida e menos oportunidades do que a nossa. E, se pensarmos melhor ainda, também não é difícil perceber que sempre que as sociedades se aproximaram de modelos onde o mérito não era recompensado e o retrocesso perdurava - e essas foram quase sempre ditaduras de esquerda, os povos encarregaram-se de acabar com isso. Dei por mim a pensar nisto, depois de ter escrito um destes dias sobre outra eminente personalidade que tive o prazer de ouvir falar e que, no fundo, não dizia coisa muito diferente de José Hermano Saraiva. E faz tanta falta ouvir falar quem sabe...
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