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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Humor sem piada
Por deformação profissional oiço muito mais rádios de informação e, logo, a TSF. Levo há uns anos com a crónica do Bruno Nogueira. Confesso que nunca gostei. Ou melhor, nunca me ri muito com ele. Não acho piada a quem fala com as pessoas como se falasse com analfabetos ou atrasados mentais. Sendo que eu penso que com analfabetos e atrasados mentais deveremos falar normalmente. Contudo, inicialmente, por vezes, os textos eram mais ou menos bons. Melhor dito: às vezes tinham alguma piada. Ultimamente, contudo, as crónicas tornaram-se chatas. Mesmo chatas. Não apenas porque deixaram de ter qualquer réstia de humor, mas também porque se transformaram em manifestos políticos do seu autor – tanto quanto sei é o João Quadros quem as escreve – e porque usam de uma permanente linguagem de ofensa gratuita. Não diverte; não acrescenta; não chega sequer a ser sarcasmo, pois falta-lhe a ironia, o humor negro e a pertinência que o caracterizam. Em suma, Bruno Nogueira limita-se a ler – mal, quase sempre – um texto de repetição de argumentos políticos já conhecidos e bem identificados, acrescentando-lhes insultos pessoais gratuitos. Para quem não ouve ou ouviu, por exemplo, a crónica de hoje, começava assim: “muuu, muuuu; estou a fazer isto para falar numa linguagem que Merkle perceba”. Mais à frente, por várias vezes, chama-lhe “gorda” e outras coisas semelhantes. Pode ser que o defeito seja mesmo meu, mas já na minha 1ª classe não achava piada aos que, apenas "porque sim", chamavam “gordo” a um bom colega de turma e que, apesar de ser o melhor aluno da sala, pesava um pouco mais do que nós.
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